quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Circular a 200 Km/h na via-rápida.

Velocidade na via-rápida é constantemente vigiada por radares.

Centenas de carros infringem, diariamente, a velocidade máxima permitida na via rápida, que é de 100 km/hora. Alguns carros chegam mesmo a atingir os 200 quilómetros por hora. As velocidades ficam gravadas nos radares e são do conhecimento da Polícia de Segurança Pública (PSP).
A alta velocidade é apenas um dos nossos defeitos como condutores. Os outros são a condução nervosa e não ligar a mínima aos sinais. Sobre esta última característica, o comissário Adelino Pimenta explica que a maioria tem os percursos memorizados e parte do princípio que não há alterações. Mas, às vezes, elas acontecem.
De resto, continuamos a ser uns condutores nervosos e stressados e esse facto está bem patente nas estatísticas dos acidentes. Ao longo do dia, estes têm dois picos de ocorrências: um entre as oito e as nove horas, altura em que as pessoas se deslocam para o trabalho, e outro entre as sete e as oito horas, altura do regresso a casa. A circunstância deste último ser o mais alto está relacionada, como explica Adelino Pimenta, com o facto das pessoas estarem mais cansadas e cheias de fome. Logo com menos poder de reacção.
Quanto aos locais onde se verificam mais acidentes, o comissário destaca que, ao nível de via-rápida, a maior parte dos acidentes acontece entre a Cancela e o nó de São Martinho, nomeadamente nas saídas para o Funchal. Ou seja, no nó da Madalena, no nó das Quebradas, em São Martinho, no nó da Pestana Júnior e no nó da Boa Nova.
Mas a via-rápida não é o sítio onde se registam mais acidentes. A estrada onde se bate mais na Madeira é a Comandante Camacho de Freitas. Uma via com muita circulação, muitos autocarros e muito estacionamento ao longo da estrada.
Logo a seguir no 'ranking' surge a Estrada da Boa Nova, o Caminho de Santo António, estradas da Madalena e ainda Estrada Monumental, nomeadamente entre o nó do Lido e a Praia Formosa.
Em quase todos estes acidentes a velocidade está envolvida, não no sentido de serem alcançadas grandes velocidades, como acontece na via-rápida, mas sim pela utilização de velocidades mal reguladas quando comparadas com o tipo de estrada e o movimento de trânsito.
É uma condução nervosa e stressada e sem paciência para esperar cinco minutos. Aliás, Adelino Pimenta refere que os condutores madeirenses são ainda pouco disciplinados e algo desregrados. "Não olhamos a regras, memorizamos as estradas e já não olhamos mais para a sinalização".
Apesar de ainda sermos indisciplinados, Adelino Pimenta destaca que temos vindo a baixar o número de mortos, de feridos e até de acidentes. São vários os factores que contribuem para esta diminuição. A melhoria da rede viária, a melhor iluminação, os carros com maiores condições de protecção no habitáculo, melhores sistemas de travagem, a consciência de que estão a ser vigiados, nomeadamente nas vias-rápidas, e a intensificação da fiscalização selectiva por parte da PSP.
Além disso, as pessoas têm cada vez mais consciência da sinistralidade e do facto de esta matar mais do que qualquer guerra ou qualquer doença.
A questão dos pesados
Uma das queixas mais frequentes de quem circula na via-rápida é a lentidão ou o excesso de velocidade dos veículos pesados. Adelino Pimenta explica que a nossa via-rápida tem limite máximo de velocidade, mas não tem mínimo, ao contrário do que acontece nas auto-estradas.
Isso não impede, contudo, que as penalizações dentro da via-rápida sejam maiores em termos de valor da coima a aplicar, porque ali tem de se ter maiores cuidados.
Relativamente aos pesados, o comissário diz que não concorda com os que defendem a reserva da faixa da direita para este tipo de veículos. É que os mesmos andam a diferentes velocidades e quando encontrassem um a circular a 20km, como às vezes acontece, obrigaria a que todos os outros se deslocassem à mesma velocidade.
O que a Polícia faz é acções periódicas não só de controlo de velocidade, porque os pesados só podem circular até 80 km hora, mas também de pesagem. Sendo que o excesso de peso é uma das infracções mais comuns, o que põe em causa a segurança e danifica a própria estrada. As coimas, nestes casos, vão dos 500 euros aos 6.250 euros.
No entanto, Adelino Pimenta refere que não são os pesados os que mais provocam acidentes. Dados do ano passado revelam que de um universo de 5.260 veículos embatidos, 89% foram veículos ligeiros, enquanto que veículos pesados foram apenas 3,6%, contando com os pequenos toques de camionetas.

in DNM.

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